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Limites pessoais: uma ponte para conexões saudáveis

  • Foto do escritor: Andreia de Miranda Hollenstein
    Andreia de Miranda Hollenstein
  • 11 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de ago.


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Com frequência nos queixamos dos efeitos da quebra de nossos limites pessoais, alguém que nos faltou com o respeito tanto de maneira velada ou demonstrando explicitamente atitudes invasivas, normalmente não identificamos de imediato mas sentimos em nosso corpo a emoção que nos causou e conseguimos nomear sempre tarde demais só quando os efeitos negativos da desconsideração aparecem, seja através de prejuízos físicos, materiais ou morais, como doenças psicossomáticas ou em consequências de relações abusivas.


Na vida estamos sujeitos a passarmos por momentos desafiadores e encontros com pessoas e situações que nos testam e é por este motivo que é necessário saber reconhecer nossos limites pessoais, que significa na prática, limite de tempo, energia, de recursos financeiros, físico e mental.

Nem sempre estamos dispostos a fazer o que nos é solicitado mas muitas vezes negligenciamos os sinais que nosso próprio corpo e mente nos dá, pois muitas vezes sequer aprendemos a enxerga-los nem fomos autorizados tampouco ensinados a dizer não.


O constante exercício de autoconhecimento é precioso para a autoproteção e preservação de nossa integridade física e emocional, em primeiro lugar devemos nos conceder o direito de fazermos algumas perguntas que podem nos servir de norte:

O que me agrada e desagrada? O que é tolerável e intolerável para mim?

O que para mim é indispensável para meu bem-estar e para que minha sobrevivência esteja preservada de maneira digna?


As respostas não serão um ponto fixo e imutável, pois estamos em constante transformação ao longo da vida mas certamente serão organizadoras para que possamos mapear uma rota para vínculos mais seguros.


Na maioria dos casos e grande parte devido a nossa cultura coletivista onde é um valor agradar o outro e como consequência onde o autossacrifício é normalizado, somos levados a pensar que para nos relacionarmos devemos ser benevolentes demais, acarretando dificuldades em se priorizar e de demonstrar insatisfação e indignação acerca de micro e macro violências cotidianas praticadas contra nós, tanto nas relações de trabalho, amizade e amorosas.


Então como fazer para colocar limites sem que eu desaponte o outro?

Não tem como! pois não temos controle nenhum sobre os sentimentos do outro nem de sua percepção acerca das pessoas e do mundo. Frustrar o outro (e frustrar-se também!) faz parte da vida e todos nós temos que lidar com isso de forma madura.


É necessário saber diferenciar o egoísmo (limites rígidos demais que beneficiam sempre a si mesmo) da capacidade necessária que todos nós devemos ter de saber se cuidar e estabelecer fronteiras onde nem tudo pode passar, que quer dizer: saber se defender e pedir ajuda quando necessário, manter uma rede de apoio confiável, esforçar-se e valorizar conquistas próprias e reconhecer os momentos de se retirar de situações ameaçadoras sem culpa.


Enfim, para estabelecer relacionamentos saudáveis é preciso estar disposto a negociar e saber distinguir quais são as nossas responsabilidades para conosco e para com os outros. Ter claro para si mesmo quais são suas necessidades (materiais e emocionais) e o que é intolerável e indispensável também é de grande valia.


Relações de afeto e de intimidade se dão onde há confiança mútua, e a confiança se cria através da expressão da autenticidade (ser verdadeiro com seus próprios valores e crenças) e da clareza e respeito de limites saudáveis entre pessoas que buscam aperfeiçoamento constante e que estão dispostos a se ouvir - e aprender com as diferenças! - para se encontrar.



"É quando começamos respeitar nossas necessidades e limites que descobrimos como o outro administra os próprios sentimentos e como nós administramos o medo de não sermos provados ou amados."

Ediane Ribeiro - psicóloga



Autora:

Psicóloga Andréia de Miranda Hollenstein

CRP: 05/36484



 
 
 

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